Mais um despedimento e novamente a conversa do grupo que mina o balneario. Eu não conheço os jogadores em questão (Pizzi, André Almeida e Rafa. Antes também se falava em Samaris ou Gabriel) nem tenho informações previligiadas do balneario (o que nos tempos que correm até me faz sentir um excluido). O que eu sei é que problemas de balneario como o que aconteceu com Jesus acontecem quando os jogadores (todos ou praticamente todos) estão insatisfeitos. Quando não acreditam nas ideias. Quando não se ganha.
O primeiro a sair foi Rui Vitória porque decidiu a certa altura alterar o sistema para 4-3-3 para poder encaixar Pizzi no meio-campo. Com os resultados que se viram. Naquela altura era Pizzi e mais 10 e ele tinha o lugar dele garantido. Se o esquema mudasse seria obrigado a lutar por um lugar com Salvio na direita. Em termos individuais Pizzi era talvez o que menos lucraria com a mudança. A verdade é que o tempo depois deu razão na troca de treinador. Num 4-4-2, com os jogadores nos sitios certos, com todos a acreditarem naquilo que estava a ser feito fizeram a melhor segunda volta de uma época e a melhor primeira volta na época seguinte.
Tudo corria bem. Batiam-se recordes atrás de recordes internamente. Até que chegou Weigl. Em 2020 com a equipa destacada na liderança chegou, assinou e foi logo titular. Algo que já não se via desde os tempos do Vietnam onde se entendia uma vez que qualidade e os resultados positivos não abundavam. A equipa foi começando a ter dificuldades para ganhar jogos e quando vieram o jogo do Dragão e com o Braga em casa começou a ficar visivel que Weigl não tinha andamento para isto. O jogo que para mim foi o click negativo no balneario foi o 3-3 com o Shaktar. Nesse jogo houve um esforço brutal da equipa. Por duas vezes tivemos na frente da eliminatória e por 2 vezes com uma facilidade inacreditável o Shaktar empatou o jogo. Para mim na cabeça daqueles jogadores ficou claro que com Weigl não ia dar. Deixaram de acreditar. Foi nessa altura que eu senti que toda a equipa tinha baixado os braços. Nem mesmo com a entrada de Verissimo nos ultimos jogos a coisa melhorou.
Já Jesus cometeu o mesmo erro de Rui Vitória. Alterou o sistema para poder encaixar Weigl na equipa, mas os jogadores não se sentiam confortáveis nele. Não acreditam naquilo porque têm de andar a puxar a equipa com um peso em cima. Por mais do que uma vez se notou o descontentamento dos jogadores em campo para com Weigl. Porque ele se esconde do jogo. Protege-se em vez de proteger a equipa. Ainda no ultimo jogo ninguém viu o Weigl nos primeiros minutos de jogo. Desapareceu. Quando os viu a entrar com aquele andamento até teve de mudar de cuecas ao intervalo.
Por isto é que eu acredito que o grande problema é esta insistencia cega de colocar Weigl na equipa. De toda a proteção que ele tem. Da diferença de cobrança entre ele e os outros. É isso que mata o espirito de uma equipa. É isto que rebenta um balneario.
Vejam bem as reações do Lucas Verissimo após mais uma autoestrada contra o Bayern ou de Otamendi após ir cortar uma bola sobre o homem que o Weigl marcava a 3 metros de distância. Esteve esse jogo inteiro a fazer o trabalho de Weigl. Vejam também as palavras de Otamendi sobre Meite. A forma como ele o elogia e fala que com minutos podia subir o seu nivel. E vejam o que disse o Ruben Dias após uma vitória contra o Guimarães, jogo em que Weigl saiu aos 30' depois de o Guimarães ter desperdiçado 4 oportunidades flagrantes de golo e não ter mais nenhuma nos 60' seguintes.
Isto são tudo sinais. E é verdade que não têm nem devem ser os jogadores a ter de falar disto. Não concordo que o Pizzi ou outro jogador questione as opções do treinador. É também para detetarem estes mal estares que existem diretores para o futebol. O Rui Pedro Braz pode não ter sensibilidade para estas coisas mas o Rui Costa e o Luisão deviam ter. O Luisão que até chegou a passar por situações destas.
Amanhã devemos jogar em 4-3-3. Já anda a ser pedido e prometido. Mais um sistema para encaixar o Weigl. Até acredito que com o efeito da chicotada apareça uma série de bons resultados e até se consiga começar a criar uma onda. Mas para mim inevitavelmente vai aparecer um Gil Vicente ou um Portimonense da vida que vão matar essa onda.
Só peço é que depois de mais uma tentativa de meter o Benfica a funcionar com este jogador equacionem de vez subsitui-lo. Enquanto é tempo. Porque a cada dia e a cada jogo que passa mais dificil vai ser para sair deste buraco.
Depois do 4-3-3 vai ainda temos com triângulo invertido, triângulo equilátero e até no meio campo em triângulo esdrúxulo ou triângulo em formato puta que pariu para testar, isto tudo em meios campos de 3, 4 ou 5 homens.
ResponderEliminarEu volto a dizer... A melhor tática é Weigl meio-campo afastado da equipa... Pelo menos.
Mas há tanto ceguinho por aí. Vou postando às vezes do visão verde de mercado e hoje até andei no Reddit quando alguém reparou que o Lage subitamente teve uma queda... E a malta continua a não ver qual foi a única mudança aí.
Quanto a toda a situação do Pizzi estou contigo... Vou lendo aí nos blogs o que se passa... É triste isto saber-se cá fora. Rui Costa em altura de mostrar que os tinha no sítio veio com jogadas à Veira... O próximo treinador vai ditar se teremos eleições ou não. Mas pelos nomes que se falam, a oposição que a prepare.
Vai aparecer outra coisa qualquer obviamente. O 4-4-2 losango, o 4-5-1 pentagono ou o 4-6-0 hexagono com ele a falso ponta de lança porque afinal as suas caracteristicas são as de um 9.75.
EliminarO Lage tem uma carreira quase imaculada. Grande trabalho em todos os escalões de formação. Bom trabalho na B. Grande trabalho agora no Wolves e excelente trabalho no Benfica até... chegar Weigl. Lage tem anos sempre a fazer um bom trabalho e tem 3/4 meses do pior do que se viu no Benfica. Curiosamente foi o tempo em que jogou com o Weigl a titular.
Outra coisa sobre Lage é que ele nessa altura testou várias situações com ele. Porque ouvimos dizer muitas vezes que o Weigl precisa é de jogar num meio campo a 3 ou que deve ter um médio mais atrás a guardar-lhe as costas. E isso já aconteceu. Lembro-me de jogos contra Gil Vicente, Tondela ou Santa Clara em que Taarabt se juntou a Weigl e a Gabriel ou Samaris. Já jogou também com Samaris mais atrás como contra o Maritimo onde Lage foi despedido. Naquela altura quando se viu que o rapaz não tinha condições para ser titular qualquer treinador o tirava da equipa até ao final da época e depois voltava a dar-lhe outra oportunidade na época seguinte. É por isso que eu já digo há muito tempo. Tem de existir alguma coisa no contrato de Weigl.
Agora aos poucos e poucos vão reescrevendo a história. Apanhei uma discussão noutro dia num chat sobre Gabriel / Weigl. Um rapaz a dizer que o Gabriel tinha dado mais ao Benfica do que Weigl (escusado será dizer que apareceu a tropa de defesa). E outro a dizer que o Gabriel chegou num contexto favoravel e o Weigl não, quando o Gabriel entrou na equipa depois do Porto ter sido campeão e com o Benfica a 7 pontos deles. O Weigl entrou na equipa com o Benfica campeão e 4 pontos de avanço na Liga. Também já dizem que quando o Weigl entrou, o Benfica já estava em queda e a vencer a rasca quando estavamos até na melhor fase da época com goleadas no mês anterior a Maritimo, Boavista, Zenit e Famalicão. E ainda eliminação do Braga na Taça e vitória em Guimarães. É isto que eles consideram o Benfica já estar em queda. Daqui por 2 anos estão a dizer que o meio campo da reconquista era o Weigl com outro qualquer.
A situação do Jesus é triste porque se percebeu desde o principio que o proprio queria que o despedissem. Queria sair do Benfica para ir para o Brasil. No Benfica sabe-se tudo. Ninguém defende o treinador. Ninguém ataca as arbitragens. Um treinador hoje em dia no Benfica é carne para canhão.
Agora o Rui Costa teve esta jogada do Verissimo até ao final da época. Não se compromete com uma verdadeira escolha por 6 meses. Se correr bem é o maior. Se não, nestes 6 meses teve é a procura de um treinador para o seu projeto e vai fazer de conta que a época correu mal apenas por causa do Jesus.