domingo, 15 de outubro de 2017

Parece sempre o mesmo jogo

Os jogos fora de casa do Benfica parecem cada vez mais uma repetição dos anteriores. Com a bola muitas dificuldades em furar as defesas adversárias e sem bola não existe capacidade para controlar o adversário.

Para mim o problema resume-se ao equilíbrio da equipa. Ou melhor, na falta dele. O Benfica anda a privilegiar em demasia a técnica em detrimento da força. É Rafa, Zivkovic, Cervi, Pizzi, Krovinovic, Grimaldo ou Jardel (este porque está muito mal fisicamente) em vez de Eliseu, Ruben Dias, Filipe Augusto, Samaris, Diogo Gonçalves ou Gabriel. Não estou a dizer que devem jogar os que eu disse em segundo lugar em vez dos primeiro. Mas tem de existir um equilíbrio entre eles.

Por exemplo em mais de 1 época Rafa, Cervi ou Zivkovic lançaram um míssil como fez Diogo Gonçalves ontem? Ou algum dia vão fazer? Algum mostrou ter potência e força nos arranques como Diogo Gonçalves fez ontem pela direita em 2 ou 3 lances que ganhou a linha de fundo?

Depois existe o problema de Pizzi jogar num meio-campo a 2, e muitas das vezes sem extremos com capacidade defensiva, que tornam a equipa demasiado vulnerável. E a estatística neste aspecto não mente.

Fora de casa, em 2015/2016 Pizzi jogou uma vez na posição 8. Derrota em Arouca por 1-0. Depois disso apenas uma derrota no Dragão e um empate contra o União da Madeira. De resto só vitórias onde se destacaram os 4-0 em Tondela, 2-0 em Braga, 4-2 em Setúbal, 4-1 na Madeira, 4-1 em Moreira de Cónegos, 5-0 em Belém e 1-0 em Alvalade. Mesmo na Liga dos Campeões tivemos grandes vitórias por 2-1 em Madrid e em São Petesburgo.

Na época passada, mesmo que sem o mesmo controlo dos jogos da época anterior, começámos com vitórias por 2-0 em Tondela, 3-1 na Madeira, 2-1 em Arouca num jogo onde falhámos um número absurdo de golos e 2-0 em Chaves. Depois entrou Pizzi para o meio e daí para cá apenas vencemos 2 jogos por mais do que um golo de diferença. Em Guimarães e Belém. Vencemos 6 jogos pela margem mínima, empatámos 6 e perdemos 3. Em nenhum jogo marcámos mais do que 2 golos e apenas em 3 marcámos 2. Nos restantes 14 jogos marcámos apenas 1 golo ou mesmo nenhum!!!

Querem mais exemplos de como a técnica não é tudo? O Sporting de 2015/2016 sofria poucos golos. Saíram Slimani e João Mário e a equipa, com a mesma defesa e a mesma dupla de meio-campo, sofreu mais do dobro dos golos. E os substitutos de ambos foram Bas Dost (marcou mais golos que Slimani) e Gelson Martins que é o jogador mais valorizado do Sporting. O problema é que nenhum dos 2 deu o equilíbrio que Slimani e João Mário davam defensivamente.

Outro exemplo é o Porto desta época. Em casa com o Besiktas jogou com Oliver e Danilo no meio-campo e levou 3 que podiam ter sido mais. No Mónaco meteu lá Herrera e Sérgio Oliveira e ganhou 3-0. E Herrera é melhor que Oliver? Não. Oliver em 10 passes falha 1 enquanto que o Herrera nos mesmos 10 acerta 3 ou 4. A questão é que os jogadores do Mónaco foram batendo num muro e foram perdendo força física e psicológica. E o Porto, depois de um golo num lançamento lateral, matou o jogo numa jogada com 3 toques.

Rui Vitória tem muito por onde escolher para equilibrar a equipa e tem de o fazer. Se não fizer vão continuar a aparecer exibições pobres como as dos últimos jogos e neste momento sem a confiança que a equipa tinha na época passada por estar em primeiro lugar. Mesmo a equipa parece que já não acredita neste sistema. É psicologicamente extenuante para os jogadores sofrerem sempre tanto para vencer os jogos fora de casa.

Por isso muda Rui Vitória. Não continues à espera que as coisas mudem sozinhas porque isso não vai acontecer.

1 comentário:

  1. Isto,é mais que evidente. É preciso não ter noção nenhuma de dinâmica, e da sua importância fundamental no desporto. O Gedson, também me parece a melhor solução.
    O Pizzi, no tempo do Jesus, tenho a ideia que era mais agressivo.

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