terça-feira, 8 de setembro de 2015

JORGE JESUS QUERIA O FC PORTO

R: Não renovou pelo Benfica por não se sentir desejado ou houve qualquer outra razão?
JJ: Não me senti desejado. Quando trabalhas num clube durante 6 anos e estás à espera dos últimos dias para te convidarem a renovar, porque há uma política desportiva diferente… Eu aceito isso e não me custa nada entender que fosse para mudar a página, é normal. Tive de ir à minha vida, mas dentro da ideia de que seria eu a escolher o meu futuro e não aceitar que fossem outras pessoas a impor-mo.

R: Com Vieira, a festejar o título, pensava que dali por uns dias teria o contrato renovado?
JJ – Não. À medida que o campeonato se aproximava do fim fui sentindo que a política do Benfica não passava por mim. Tenho muitos anos de futebol e na altura convivia há 6 anos com aquela instituição, logo, senti que não iria continuar. Não houve nesse processo nada de anormal. O Benfica tomou a sua decisão e eu tive de aceitá-la. A partir do momento em que percebi que não era uma peça preponderante para o futuro do Benfica, aceitei-o com normalidade.

R: Mas o presidente do Benfica disse numa entrevista a Record que foi o Jorge quem não quis continuar no Benfica…
JJ – Bom, isso já não é normal, porque depois da estrutura do Benfica tomar uma decisão, eu tenho o direito de escolher o clube onde quero trabalhar. Não posso escolher o clube que as pessoas ligadas ao Benfica gostavam.

R: Isto não será a consequência de o Benfica ter perdido o Jesus para o Sporting?
JJ – Mas se eles me perderam foi porque o quiseram. Eles é que mudaram a política desportiva. Não tenho de os censurar. Acharam que era o caminho certo para o Benfica, tudo bem. E eu achei que o meu caminho seria outro. Não podia era ser o caminho que eles queriam. O presidente do Benfica tem toda a autonomia e legitimidade para decidir a política desportiva do clube, mas não pode querer controlar a minha vida. Para ele, o que era importante era eu não ficar em Portugal, mas eu sabia que não permanecendo no Benfica continuaria a trabalhar por cá.

Jorge Jesus na sua entrevista ao jornal Record passou a ideia de que a sua saída do Benfica partiu do clube e não dele. No entanto nas respostas de Jesus nota-se uma aversão à politica desportiva seguida pelo Benfica, dando mesmo a entender que ele não estava de acordo. Para perceber melhor quem é que negou quem, é preciso recuar ao final da época 2013/2014 e ao inicio de 2014/2015 onde Vieira e Jesus falaram sobre o tema da renovação em algumas entrevistas.





Pois bem. Vieira sempre se mostrou disponivel para renovar com Jorge Jesus pelos mesmos valores que auferia. Já em relação a Jorge Jesus nota-se que sempre fugiu à questão e em muitas conferências antes e depois de jogos sempre deixou para o final da época o tema da renovação. O que aconteceu é que Jorge Jesus foi sempre a primeira escolha do Benfica com a condição de este aceitar uma mudança na politica desportiva. Menos investimento em jogadores já feitos ou próximos disso e mais jovens da formação.

Jorge Jesus como tem a noção que não é assim tão especial ou diferente dos restantes bons treinadores do mundo e que ia ter dificuldades para ser campeão sem um plantel recheado de grandes jogadores não aceitou e pensou que podia ter um convite de outro clube português. Mas não o clube português que ele esperava. E é aí que Jorge Jesus se descai novamente na sua entrevista.

R: O Benfica argumenta que antes da Liga terminar já teria sido sondado por alguém ligado ao Sporting...
JJ – Não, não. Isso não é verdade, mas mesmo que tivesse acontecido, o que é que o Benfica tinha a ver com isso? Vivemos num país democrático, onde o trabalhador tem o direito e a autonomia para decidir sobre o local onde pretende exercer a profissão. O 25 de Abril já aconteceu em 1974. Sou livre para tomar as minhas decisões. O presidente do Benfica conhece-me como ninguém, sabe que só penso pela minha cabeça. Mas ele achou que era capaz de controlar o meu futuro e enganou-se. Naquele momento nunca me passou pela cabeça ser treinador do Sporting. No entanto, existiram uma série de coisas que me levaram a pensar que seria capaz de ficar a trabalhar em Portugal, mas não no Sporting.

R: No FC Porto?
JJ – (Sem resposta)

R: Alguma vez pensou ser possível receber, no final da época, um convite do Sporting?
JJ – Nunca. Esperava mais rapidamente sair do Benfica para outro clube.

R: Para o FC Porto?
JJ – (Sem resposta).

No meio disto tudo o que tem mais piada é os adeptos lagartos acharem que Jesus está no Sporting porque é lagarto desde pequenino e baterem palmas a uma entrevista com este tipo de declarações. Tem piada esses mesmo adeptos acharem que Jesus transforma qualquer trambolho num jogador de futebol de nível mundial. Capel, Labyad, Viola, Rubio, Wallison, Palhinha entre outros foram capas do jornal Record como sendo todos rapazes que Jesus ia transformar em jogadores de futebol. Mas isso não aconteceu porque para acontecer é preciso terem grande qualidade. E mesmo assim a alguns nem isso chega. O que fica é um Jorge Jesus que apenas está no Sporting porque o clube que ele queria não o quis. Esse clube era o Porto porque tinha a politica desportiva que ele gosta e que foi a única que o levou a ganhar títulos.

Dos titulos que conquistou, Jesus apenas venceu um com orçamento igual ou mais pequeno que os adversários. Foi nesta última época, porque tinha um 11 titular superior ao dos adversários. E mesmo assim após a perda de Enzo Perez perdeu pontos tanto para Sporting como Porto no resto da época (mesmo sem jogos europeus e com as 2 deslocações mais dificeis já realizadas), valendo-lhe o mau inicio do Porto e os 6 pontos de avanço amealhados enquanto Enzo esteve no Benfica. Quanto à Liga dos Campeões onde os adversários tinham as mesmas armas ou armas superiores sucumbiu quase sempre, sendo que a única vez que ultrapassou a fase de grupos foi com 2 clubes com menor orçamento que o Benfica (Otelul Galati e Basileia). Isto diz muito de Jesus. É competente mas precisa de ter as mesmas ou melhores armas que os adversários. Aproveitou a estrondosa equipa da sua época de estreia e o facto de o treinador anterior ter sido Quique Flores para ganhar a confiança dos adeptos. E quando já tinha perdido essa confiança voltou a ter novo plantel de luxo (considerado o melhor dos ultimos 30 anos), construido para tentar chegar à final da Liga dos Campeões na luz. E é graças a isso que tem a aura de vencedor que tem hoje. Caso contrário era apenas o Jorge Jesus do final da época de 2012/2013.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Geração mitómana

Existe na blogosfera benfiquista um conjunto de individuos que fazem uso do seu tempo para mentir, omitir, acusar, denegrir e enxovalhar o Benfica e os seus dirigentes. E a maior concentração desses individuos acontece num blogue conhecido por todos os benfiquistas como geração benfica. Se em alguns escribas desse blogue, apesar do seu recorrente contorcionismo, reconheço-lhes o esforço a tentarem argumentar as suas posições, já a outros das suas palavras apenas saem mentiras.

A mais recente tem a ver com a afirmação de Luis Filipe Vieira na entrevista à Abola sobre a compra de Jimenez. Vieira afirmou que tinha realmente custado 9 milhões de euros por 50% do passe e logo apareceu uma sombra a acusar os dirigentes benfiquistas de negócios obscuros com o Atlético de Madrid. E isto porquê? Porque diz ele que o Atlético tinha contratado o jogador à um ano por 10 milhões por 100% do passe e que o Benfica o tinha agora comprado por 9 milhões por 50% do passe e tinha entregue os restantes 50% do passe a Jorge Mendes insinuando pagamento de favores.

Pois bem. Segundo Miguel Ángel Gil Marín, dirigente do Atlético de Madrid, a 20 de Outubro de 2014 afirmou que Jorge Mendes possuía 50% do passe, e embora não o afirmando, ficou implicito que os 10/11 milhões dados por Jimenez teriam sido por 50% do passe (ver aqui).  Ou seja, mais uma vez essa personagem MENTE PROPOSITADAMENTE para denegrir o Benfica e os seus dirigentes. Podia ter entrado pela via de ter sido ou não um bom investimento mas decidiu mais uma vez não o fazer e optar pelo caminho da mentira.

De referir que esta mesma sombra já à uns tempos metia em causa os 15 milhões de euros recebidos por Cavaleiro devido a um jornal francês ter escrito que teriam sido apenas 3 milhões. Pois bem, Vieira também explicou este caso e confirmou que tinham sido pagos os 15 milhões, mas a esta parte da entrevista a sombra não chegou ou então fez de conta que não leu.