segunda-feira, 23 de novembro de 2015

HEROIS

Para mim é o que foram os jogadores que vestiram o mantro sagrado ontem à noite. É impossível pedir mais alguma coisa do que aquilo que eles fizeram naquelas condições. Mas vamos começar pelo principio.

O Benfica começou por surpreender o Sporting com o esquema táctico e jogadores apresentados de inicio. Nos primeiros 20 minutos fomos melhores e deixamos o Sporting completamente perdido em campo. Fomos agressivos a meio-campo e recuperamos bastantes bolas. Para além do golo tivemos mais 2 ou 3 saídas interessantes para o ataque e numa delas se houvesse comunicação entre Mitroglou e Gonçalo Guedes podíamos ter feito o segundo. Para além desses lances podíamos ter saído mais algumas vezes para o contra-ataque mas não conseguimos.

No entanto a partir do 20/25 minutos o jogo começou a mudar mas não porque o Sporting melhorou ou percebeu o que tinha de fazer para contrariar a surpresa do Benfica. O jogo começou a mudar com a agressividade extrema dos seus jogadores e com a cumplicidade de Jorge de Sousa que tudo permitiu aos jogadores do Sporting. Conhecendo o futebol português não me espantaria nada que os jogadores do Sporting tivessem ordens para o fazer e que soubessem de antemão que nada lhes iria acontecer.

Tudo começou com Gaitan a ser atropelado por Paulo Oliveira e a cair inanimado no relvado. Isto sem que Jorge Sousa se dignasse sequer a marcar falta nesse lance. A partir desse momento e depois de um inicio prometedor Gaitan desapareceu do jogo.


O festival continuou com Adrien a ter duas entradas claras para amarelo que passaram impunes. Já Jardel, Silvio e Talisca não tiveram a mesma sorte. Talisca levou mesmo o cartão por não se desviar de um jogador à entrada da área do Sporting. A partir desse lance também Talisca desapareceu do jogo e deixou de ter a agressividade que tinha apresentado nos primeiros minutos.

O espetáculo não ficaria completo sem que Slimani mostrasse o nojo de jogador que é. Num primeiro lance em que a bola vinha para a sua cabeça foi à bola com o pé à frente e rasgou a perna e os calções de Júlio César.


Mais à frente perto do intervalo agrediu barbaramente Samaris com uma cotovelada na nuca. Num lance sem bola mas perto do local onde esta estava e por isso sem razão nenhuma para o árbitro não ver. Mas mesmo para o caso em que estes árbitros fingem que não vêm existem os sumarissimos. Esta era uma boa oportunidade para se mostrar que não foram apenas criados para os jogadores do Benfica.


Antes do intervalo com uma mistura de sorte e erros dos jogadores do Benfica nasceu o empate sem que nada o fizesse prever. Este foi para mim o lance chave do jogo e que abalou bastante o Benfica. Por outro lado permitiu que o Sporting podesse mexer de forma diferente ao intervalo.

Foi isso que aconteceu. Jesus corrigiu os problemas da sua equipa que apenas foram camuflados na primeira parte pelo arraial de porrada leonino e conseguiu ficar por cima do jogo nos primeiros 15 minutos da segunda parte. Vitória respondeu com André Almeida e voltou a equilibrar a partida. Pelo meio William Carvalho travou 3 contra-ataques do Benfica sem levar amarelo ao passo que André Almeida na sua primeira intervenção no jogo não escapou. Ou seja, o Benfica tinha acabado de tirar Talisca daquela zona por estar condicionado com amarelo e logo o jogador que lhe ocupou o lugar também foi amarelado. Um sintoma clássico destes jogos grandes. O médio transportador e que primeiro pode travar os ataques adversários é sempre amarelado à primeira oportunidade. Já do outro lado são dados vários créditos. Adrien que o diga nos 3 jogos que realizou esta época contra o Benfica.

O jogo continuou com mais bola do Sporting mas com o Benfica a ter algumas incursões perigosas à baliza contrária. Numa delas Gaitan teve uma grande oportunidade para fazer o golo. No final do jogo o Sporting voltou a encostar mais o Benfica que soube defender bem e levar o jogo para prolongamento

Veio o prolongamento e Vitória lançou primeiro Jimenez a substituir o desgastado Mitroglou e tentou vencer o jogo ao colocar Jonas e passar a jogar com 2 avançados. O Benfica voltava a ter mais bola mas não conseguia criar grandes oportunidades. Samaris também levou um amarelo na primeira falta realizada e logo a seguir o segundo golo do Sporting outra vez numa altura em que não se previa que podesse acontecer.

Após o lance Samaris leva o segundo amarelo e é expulso por protestos. Isto num jogo em que os jogadores do Sporting o fizeram constantemente após cada falta que lhes era assinalada. Para terminar em beleza ainda vimos Luisão a sofrer um pénalti claro e a ter de sair pelo seu próprio pé do campo com o braço pendurado. Tudo isto com Jorge Sousa a ser aquele que no estádio estava com melhor visão para o lance. Absolutamente surreal.


É por tudo isto que acho que os jogadores do Benfica foram uns heróis. Levaram porrada, foram agredidos (para além dos lances já falados anteriormente foram várias as vezes em que jogadores do Sporting atingiram com os braços a cara dos nossos jogadores), sofreram lesões graves e viram os adversários escapar a tudo isso sem amarelos. É incrível olhar para os 120 minutos e perceber que o único amarelo mostrado aos jogadores do Sporting por faltas cometidas foi a Paulo Oliveira num agarrão a Mitroglou. Mesmo com tudo isto lutaram até ao fim.

Quanto a Rui Vitória surpreendeu o cérebro e esteve quase sempre bem a ler o jogo. As únicas correções que tenho a fazer-lhe foi ter demorado um pouco a colocar André Almeida e em ter arriscado Jonas em vez de refrescar apenas a equipa com Renato Sanchez ou Carcela. Ao arriscar partiu um pouco a equipa numa altura em que ela já estava cansada. Com um pouco de musculo no meio podiamos ter encostado o Sporting atrás e terminar o prolongamento por cima.

No entanto penso que tudo o que os jogadores podessem fazer a mais do que fizeram não ia ser suficiente. Estes são daqueles jogos quase impossíveis de ganhar. Jorge Sousa iria anular qualquer lance de golo do Benfica ou fecharia os olhos a todos os penalties que podessem acontecer. Basta lembrarmo-nos num lance da segunda parte em que Talisca fugiu pela direita e centrou para a área onde Gaitan e João Pereira saltaram à bola e logo foi assinalada uma falta a Gaitan.

Este jogo fez-me lembrar um pouco o jogo em Braga na época passada. A táctica foi exactamente a mesma e nessa altura mesmo com um meio-campo com Samaris, Enzo, Salvio e Gaitan não conseguimos vencer esse jogo.

E é aqui que entra o silêncio do Benfica. Apoio o silêncio em certas questões mas não o apoio nestas questões de arbitragem. Não se pode ser roubado tão descaradamente e deixar que isso passe em claro. Deixar que a imprensa varra tudo para debaixo do tapete para que no próximo jogo tudo se volte a repetir. Já vamos no quarto clássico a ser prejudicados sempre da mesma forma. Com uma dualidade de critérios gritante. Nota-se que os jogadores sentem isso. Nota-se a sua frustração sempre que jogadas para amarelo passam em claro aos adversários.

Chateia ver bloguers dizerem antes dos jogos especificamente o que vai acontecer e tudo isso se verifica depois no jogos. Chateia-me ouvir o meu pai dizer-me hoje que enquanto esteve a ver o jogo lembrou-se de tudo o que lhe tinho dito ontem de tarde sobre o que Jorge de Sousa ia fazer. E como me chateia a mim chateia todos os Benfiquistas. Chateia que coisas tão descaradas não mereçam um uma palavra oficial.

Para terminar imagino como se sentem os jogadores que ao entrarem em campo sabem que durante 90 minutos vão apanhar porrada de todas as formas e feitios. Que sabem que podem sair do campo com um braço partido ou com um traumatismo craniano sem sequer que os lances sejam assinalados. Ficava bem que dentro do clube pensassem nisso e que pensassem também no que estão à espera que os jogadores façam no próximo desafio em Braga sabendo que vão levar porrada outra vez e que sempre que tentarem remar contra a maré vão ser empurrados para trás.

4 comentários:

  1. Mais um arbitragem à Jorge Sousa, assim não admira que em 29 jogos arbitrados, o Benfica tenha perdido por 11 vezes, atenção estamos a falar de um espaço de tempo que inclui também os 6 anos do Jorge Jesus no Benfica em que para todas as competições nacionais, o Benfica apenas teve 25 derrotas em 243 jogos oficiais, venceu 185 jogos e empatou 33 jogos.
    Jorge Sousa é de facto o maior obstáculo do Benfica em actividade como podem ver em:
    http://influenciaarbitral.blogspot.pt/2015/11/quantos-jogos-equilibrados-venceu-o.html

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    1. É um prazer vê-lo por aqui.

      Jorge Sousa desde muito cedo teve sempre arbitragens inenarráveis contra o Benfica. Em termos de Taça já fomos muitas vezes eliminados com ele a arbitrar. Por volta de 2005 ou 2006 na Luz com o Guimarães, em 2008 com o Sporting em Alvalade, em 2013 na final com Guimarães e agora novamente em Alvalade. E o esquema é sempre o mesmo. Para além de penalties por marcar, golos com a mão ou golos fora-de-jogo usa sempre uma dualidade de critérios gritante.

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