Passados 3 anos tivemos finalmente uma nova vitória sobre o Porto. Bastou acabar com a brincadeira e criar uma equipa competitiva para que as possibilidades de tal acontecer aumentassem drasticamente. E aconteceu. O controlo antidoping também ajudou. As correrias e pressão intensas do Porto duraram apenas 15 minutos. Muito longe da preparação física do Caldas que na semana anterior pressionou a campo inteiro durante 45 minutos e ainda aguentou segunda parte e prolongamento. Isto numa equipa com jogadores que só treinam após saírem dos seus trabalhos. Verdadeiros milagres da preparação física.
É verdade que não fizemos um grande jogo (também é impossível fazê-lo nos autênticos festivais de apito do tugão). Enzo deve ter feito o jogo menos conseguido desde que chegou, mas a coesão da equipa manteve-se sempre lá. Foi por essa coesão e competitividade que eu me bati nos últimos 2 anos aqui no blogue. E é por isso que na época passada, mesmo com melhores opções para o ataque (eu sei que para alguns pode ser polémica esta afirmação), já estávamos em modo de sobrevivência enquanto nesta época temos 6 pontos de avanço.
Em termos individuais foi lindo ver Rafa a decidir o jogo naquele campo depois de tudo o que lhe têm feito no futebol português. E também foi lindo ver o jogo de Aursnes. Que jogador e que personalidade. Acelerou quando tinha de acelerar, travou quando tinha de travar, agressivo com e sem bola e sempre no sítio certo. É curioso como tem tudo aquilo que durante 2 anos se ouviu dizer sobre Weigl mas nunca ninguém viu.
Por fim falta destacar Roger Schmidt. É impressionante como já interiorizou o espirito do tugão e substituiu logo ao intervalo 3 jogadores amarelados. Percebeu que ter 3 jogadores do meio-campo e um lateral amarelados impossibilitavam a equipa de ser agressiva e com isso não aproveitava a vantagem de ter um jogador a mais. E percebeu também que desde a expulsão o jogo do Porto passou a ser chuto para a frente e lamber o chão a espera que as ameaças ao árbitro e a pressão doentia sobre o mesmo naquele estádio resultassem em expulsões de jogadores do Benfica. E iam resultar. Seria uma questão de oportunidade.
Da arbitragem houve um erro sem grande interferência que era o vermelho direto a Eustáquio em vez do segundo amarelo. Um "erro" COLOSSAL ao ignorar olimpicamente a agressão de Otávio a Gonçalo Ramos. E uma incógnita que foi a bola que Bruno Costa pareceu tirar de dentro da baliza. Depois ainda tivemos um novo nome a decorar. Bruno Jesus, o fiscal que acompanhou o ataque do Benfica na segunda parte. Denunciou-se logo num lance em que Otávio corta uma bola com o braço para fora e marcou lançamento para o Porto e confirmou com o fora de jogo tirado no golo e na azia após este ter sido validado pelo VAR.
Enquanto a agressão de Otávio causou estupefação por esse mundo fora, cá em Portugal foi mais uma vez varrida para debaixo do tapete e vai passar incólume, sem qualquer castigo. Até quem a reconhece fala daquilo de forma trivial. Como algo que acontece. Mas NÃO É NORMAL. Otávio agrediu pelas costas um colega de selecção. Depois de há uns meses atrás insultar muitos outros nos festejos do titulo do Porto. É inacreditável a proteção que um traste destes tem em Portugal. Um gajo que não teve qualidade para jogar na selecção do seu país de origem, que tem metade da quantidade e qualidade para a sua posição do aquela que existe na selecção Portuguesa, mas ainda assim um seleccionador "que não é adepto de naturalizações" decidiu convocar.
É esta a FPF de Fernando Gomes. Um homem que juntamente com Fernando Santos roubaram milhões ao estado desde 2014 e parece que nada aconteceu. Nem sequer pensaram em algo elaborado para o fazer. Tudo as claras. O homem que lidera o organismo que devia dar credibilidade ao futebol português é apanhado num esquema destes e continua incontestado na liderança desse orgão. Algo que podiam ter feito era pegar nesses milhões e investirem-no na tecnologia de linha de golo em Portugal. Digam lá que não é curioso que o país que se considera pioneiro na video arbitragem nunca tenha colocado este sistema. A razão é simples. É porque retira qualquer mão humana de uma decisão de arbitragem. Porque não existe ninguém para coagir ou comprar. E eles não conseguem viver com isso.
Mas voltando a parte futebolística agora é não adormecer por causa desta vantagem. Eles vão ser segurados como têm sido sempre nos últimos largos anos. Para eles não chegarem ao último terço da época a lutar pelo titulo têm de ser mesmo muito incompetentes. E mesmo assim... Quanto a nós temos já a Juventus (é crucial resolver já o apuramento) e depois destes 2 jogos intensos temos o Chaves que já venceu nos campos do Sporting e do Braga. O que não vão faltar pelo caminho vão ser jogos complicados e armadilhas. É preciso continuar com esta consistência porque só assim é que podemos ser campeões.