Páginas

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Mais 3 pontos e amanhã há mais

Habituei-me ao longo dos anos a não esperar muito de jogos após a Champions. E por essa Europa fora percebe-se que é um problema geral a todas as equipas. Por saber disso, pela perda de Rafa, por o Benfica ter corrido muito na quarta-feira e pela descarga emocional que se percebeu existir após a vitória com o Lyon temia que em Tondela perdêssemos pontos. Felizmente tal não aconteceu.

Mais uma vez (desde o jogo em Braga que é assim) tivemos outra equipa a jogar toda fechada atrás. Novamente com 3 centrais. E novamente sem arriscar, mesmo depois de marcarmos.

De positivo neste jogo a forma como nos sentimos confortáveis sem bola. Não consentimos qualquer oportunidade depois do golo. Mas é preciso mais do que isso. Percebo que a equipa não arrisque depois de estar a vencer, principalmente depois dos 2 contra-ataques do Tondela antes do golo. Mas mesmo sem arriscar é preciso mais qualidade na frente.

Mais uma vez Seferovic foi 0. Eu aplaudo-o pelo que corre e por deixar tudo em campo mas só isso não chega. Eu ainda entendia se não tivéssemos mais ninguém mas no jogo da Taça Vinicius mostrou que é claramente um jogador acima de todos os outros. E depois do grande jogo que fez incompreensivelmente foi para o banco 2 vezes.

Na esquerda Cervi foi novamente titular para Grimaldo poder aparecer como um médio interior e para ir tapar os buracos que o espanhol deixa lá atrás (nas duas oportunidades do Tondela o Grimaldo nem aparece no ecrã). E isto custa-me a aceitar. Se tivéssemos um Messi e ajustássemos a equipa por sua causa eu compreendia. Agora fazê-lo por causa de um defesa-esquerdo que mesmo a atacar é limitado por muito que digam o contrário?

Pizzi continua a fazer jogos medonhos. E tem sido assim desde o inicio da época. E só mesmo o faro pelo golo é que lhe vai valendo a importância que tem na equipa. Mas se calhar está a chegar a altura de ter uns jogos de fora.

Na frente também tivemos Taarabt que quase não tocou na bola. Tal como aconteceu em Zenit esteve novamente apagado e parece que a posição de segundo avançado não é a melhor para ele.

No entanto mesmo estes jogadores têm qualidade para fazer melhor do que têm feito. Infelizmente a equipa anda novamente sobre brasas devido a esta nova cultura de exigência que se apoderou do Benfiquismo, onde estar na frente do campeonato e na luta pela passagem na Champions não chega. Tudo o que não seja criar 20 oportunidades por jogo e ganhar por mais de 5 não é suficiente.

Uma palavra para Bruno Lage que fez história e que não lhe vê ser reconhecido o trabalho que tem feito. É nojenta a forma como é tratado pela comunicação social e não é melhor a forma como alguns Benfiquistas já lhe estão a fazer o mesmo que fizeram com Rui Vitória. Estamos num ponto em que já nem se esperam pelas derrotas para malhar.

Eu sei que as exibições não são as melhores mas relembro que mesmo essa equipa maravilha de 2013/2014 que anda a ser relembrada por essas redes sociais tinha por esta altura 1 derrota na Madeira e empates em casa com Belenenses e Arouca. Estava atrás de Porto e Sporting e viria a ser eliminada da Champions num grupo com PSG (ainda longe do que é hoje), Olympiacos e Anderlecht. Os planteis só se vêm se são bons no final das épocas mas este já com lesões de André Almeida, Gabriel, Florentino, Chiquinho, Vinicius e agora Rafa está na frente com 7 vitórias, 1 derrota e apenas 3 golos sofridos.

Para amanhã Vlachodimos, T Tavares, Ruben Dias, Ferro, André Almeida, Chiquinho, Florentino, Gabriel, Caio, Vinicius e De Tomas.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

15 minutos de mudanças

Antes de mais quero lembrar que o Lyon que vencemos tem o triplo do nosso orçamento e que antes desta jornada era primeiro do grupo, Venceu inclusivamente por 2-0 no terreno do Leipzig e pelo que parece não perdia fora de casa para as competições europeias desde 2016. Sei que está em 17º na Liga mas não quer dizer que não tenha grandes jogadores. Começa a ser irritante esta mania de que todos são fraquinhos e que na Liga dos Campeões temos de esmagar os adversários.

Indo para a partida, fiquei contente por Lage ter reforçado o meio campo com Cervi e Gedson. Já o disse várias vezes que na Liga dos Campeões mesmo os artistas têm de correr e ser capazes de ser minimamente competentes a defender. E se os nossos artistas não o conseguem fazer têm que ir para lá outros. Gostei também da aposta em Rafa como segundo avançado. O que eu não consigo entender é esta insistência em Seferovic quando temos 2 jogadores no banco incomparavelmente melhores.

Surpreendemos o Lyon e nos primeiros minutos fomos bastante superiores. Mas entretanto Rafa lesionou-se e foi aí que Lage cometeu o grande erro da noite. Em vez de colocar um ponta de lança ao lado de Seferovic decidiu fazer entrar Pizzi para a direita e avançar Gedson para a frente. Com uma substituição Lage estragou 2 posições. Perdemos capacidade de luta a meio campo, com Pizzi mais uma vez a ser sofrível e deixamos de ter alguém que conseguisse ter bola na frente. Como consequência passamos a ser encostados atrás sem praticamente conseguirmos sair para o ataque. Ainda assim tivemos mais 2 oportunidades na primeira parte. Infelizmente nos pés de Seferovic.

Na segunda parte o domínio do Lyon intensificou-se e sofremos o golo. Durante uns minutos a equipa esteve perdida em campo e parecia que nem o empate iria conseguir uma vez que já se notava desgaste principalmente em Gabriel e Florentino. Mas já com Vinicius e Raul em campo conseguimos voltar a ter um fôlego final. Fizemos o golo, tivemos uma bola ao poste de Pizzi e também um lance em que Raul podia ter rematado após um cruzamento de Vinicius.

Como notas finais:

Apesar do golo ficou mais uma vez visível que Pizzi não chega para estes jogos.

O Benfica não pode andar a colocar Cervi porque é preciso disfarçar as limitações de Grimaldo.

Gabriel e Florentino são 2 jogadores de outro nível.

É impressionante como defendendo durante tanto tempo, concedemos tão poucas oportunidades ao  Lyon mesmo tendo uma defesa com média de 21/22 anos. Grande trabalho de Lage no posicionamento defensivo.

Mais uma vez uma arbitragem miserável. Devíamos ter terminado a jogar contra 9 mas terminamos contra 11.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Raul e Vinicius para dar o salto qualitativo.

Nos últimos anos, em quase todas as épocas chegamos a esta altura do campeonato numa "crise" de exibições e de resultados. Já aconteceu com Jesus, Vitória e agora com Bruno Lage. Quanto a mim uma das explicações tem a ver com a preparação física da equipa que parece ser sempre feita a pensar na segunda fase da temporada. A outra é que o Benfica demora a encontrar as peças certas.

Normalmente em todos os anos acontece sempre uma alteração a meio da temporada que eleva o nível da equipa. Renato Sanches, João Felix, Krovinovic ou a dupla Lima/Rodrigo são algumas dos últimos anos. E foi esta última (que nos deu uma época de sonho), que me fez lembrar da dupla Vinicius e Raul na frente de ataque.

Ao contrário de muitos eu sou daqueles que acha que o Benfica se reforçou bem no ataque. Ainda antes da saída de João Felix eu já achava que precisávamos de 1 avançado para elevar o nível em relação a Seferovic. Com a saída de Felix e Jonas precisávamos de mais 2. Vieram Chiquinho, Raul e Vinicius. No ano passado toda a gente queria o Vinicius, o Chiquinho devia ter ficado no plantel e o Raul era um grande jogador. Hoje que estão no Benfica já não servem (o costume).

Podem dizer que ambos são muito parecidos mas isso não tem de ser mau como se viu com Rodrigo e Lima em 2014. Ambos têm boa técnica e podem jogar entre linhas e ambos atacam bem a profundidade. Isto pode ajudar durante os jogos a baralhar marcações. Ambos são fortes fisicamente e ambos são bons finalizadores. Qualquer defesa teme mais uma dupla destas do que Seferovic com Gedson, jota ou Taarabt.

O jogo de treino ontem deu-me alguma esperança que tal possa vir a acontecer. Se aproveitarmos esta paragem para trabalhar esta dupla e recuperar fisicamente Gabriel e Samaris podemos voltar mais fortes para a próxima série de jogos. A manutenção na Champions está difícil mas a continuação nas competições europeias tem de ser obrigatório. Só tornando a equipa mais forte fisicamente é que é possível ainda lutar pelo apuramento. Se continuarmos como estamos arriscamos mais uma participação embaraçosa.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

O Benfica Europeu de Grimaldo.

É o espelho do Benfica dos últimos anos na Europa. Demasiados jogadores com uma incapacidade física gritante para participarem neste tipo de jogos. Com bola não conseguimos criar perigo nenhum e sem bola trememos cada vez que ela chega perto da nossa área. E isso acontece porque perdemos praticamente todos os duelos individuais. Tanto defensivos como ofensivos. Os nossos extremos não aguentam o choque. Jogamos com um avançado que não segura uma bola e que precisa de 5 oportunidades claras para marcar um golo. Na defesa perdemos a maioria dos duelos aerios e não ganhamos nenhuma bola em antecipação.

O Benfica não pode jogar um jogo da Liga dos Campeões com tantos jogadores destes juntos. Grimaldo, Jardel, Fejsa, Pizzi, Rafa e Seferovic. E ontem Gabriel ainda sem ritmo (mesmo assim foi dos melhores) A diferença de andamento nos 2 jogos que já fizemos na Liga dos Campeões (e também contra o Porto) foi gritante.

E o problema como se viu não é a formação. Ontem estavam lá apenas 2 e foram os melhores do Benfica. O problema é o tipo de jogadores que lá estavam. Quando ontem entraram Caio Lucas e Vinicius primeiro e Raul depois a diferença foi gigante na pressão e no perigo que criámos. Raul, Vinicius, Caio, Rafa, Gabriel e Taarabt chateiam mais do que Seferovic, Taarabt, Rafa, Pizzi, Fejsa e Gabriel. E não fosse novamente um problema já antigo (antigo demais) e talvez ainda conseguíssemos pelo menos o empate.

Um desses problemas antigos tem a ver com os centrais. Ruben Dias e Ferro ainda não podem jogar juntos nestes jogos por razões que já enunciei atrás. E Jardel já não tem a velocidade e a força que fez dele um grande central. O Benfica precisa de um central imperial. Daqueles que limpa tudo.Que ganhe todos os duelos individuais pelo ar e pelo chão. Que seja um verdadeiro líder dentro de campo.

Já o outro problema e o mais grave é Grimaldo. É revoltante vê-lo envergar a camisola do Benfica. Para mim é incompreensível vê-lo jogo após jogo recuar no terreno a trote enquanto levamos contra-ataques pelo seu lado. No segundo golo de ontem levou uma bola nas costas, abrandou e esticou o braço para lá ir o colega. Foi o que bastou para o extremo ter tempo para esperar pela melhor altura para meter a bola na area. No terceiro ainda vinha devagarinho a recuperar a posição quando levou com uma bola nas costas num livre a meio-campo. Já no segundo golo contra o Porto também perdeu uma bola e em vez de recuperar veio a passo e ficou a assistir um colega seu (Chiquinho) lesionado ir tentar impedir o passe que isolou Marega.

Eu já vi muitos maus jogadores no Benfica, principalmente defesas esquerdos. Também perdiam bolas atrás de bolas. Faziam um bom cruzamento em 10. Posicionavam-se mal e eram papados por qualquer jogador banal. Mas pelo menos davam tudo. Grimaldo não faz um pique por ninguém (nem por um colega com uma lesão de 4 meses) e está sempre de braço esticado a mandar os colegas irem fechar os buracos que ele abre. Grimaldo é titular do Benfica há 4 anos e não evoluiu nem um bocado. ZERO. A única diferença é que ele actualmente se acha o rei da cocada quando na verdade é do pior que lá passou nos últimos anos. Como jogador mas principalmente como homem. Um verdadeiro cancro. E custa-me a entender como é que o Benfica não o despacha só porque ele tem boa imprensa e isso ia criar animosidade com os adeptos.

Já que a aposta é na formação então que se meta lá o miúdo Nuno Tavares a jogar. Não tenho dúvidas que no final da época é já muito mais jogador do que Grimaldo algum dia será.

Ou o Benfica resolve este problema ou as Champions vão continuar a voar e os títulos como o Penta (naquela assistência para Herrera) e na Taça do ano passado (na assistência para Bruno Fernandes) também vão ter a outras paragens.